terça-feira, 19 de junho de 2018

Comerciante é agredido por PMs dentro de mercado em Salvador e câmeras registram ação: 'Me deu um soco no rosto'


Um comerciante do bairro de Fazenda Grande do Retiro, em Salvador, foi agredido por policiais militares no próprio estabelecimento durante uma abordagem. Câmeras de segurança do local gravaram toda a ação e mostram os policiais agredindo e jogando o homem no chão, antes de algemá-lo.

Em um segundo vídeo, gravado por moradores, um dos PMs atira para o alto antes de colocar o homem na viatura. Por meio de nota, a PM disse que os vídeos foram encaminhados à Corregedoria da Polícia Militar e que, se for o caso, será submetido à análise e apuração.

O G1 conversou com o comerciante Carlos Alberto Melo, de 40 anos, na manhã desta terça-feira (19), e ele disse que toda ação aconteceu no final da manhã de sexta (15). Carlos Alberto conta que, no momento da ação, um rapaz que lava o carro dele estava fazendo o serviço na frente do mercado.

"Quando ele terminou o serviço, fez a volta e estacionou na frente da garagem. Nesse momento, veio a viatura da PM. Eles [policiais] chegaram e pediram o documento do carro ao rapaz. O menino virou para mim e pediu o documento. Na hora eu estava em uma ligação importante e não entendi direito. Aí eu perguntei se eles queriam ver o documento, que eu ia buscar", relata Carlos Alberto.


Conforme o comerciante, depois da pergunta, os policiais começaram a agir com violência. "Eles começaram a gritar, perguntaram se eu ia deixar eles esperando, se eu era algum advogado e me xingavam de 'desgraça' o tempo inteiro. Quando eu virei para pegar o documento, um deles me puxou e me agrediu, me deu um soco no rosto", conta.

Depois de ser agredido pela primeira vez, Carlos Alberto entrou na loja na expectativa de que, ao ver as câmeras de segurança, os policiais parassem de agredí-lo.

"Como já tinha tomado murro, entrei na loja pra ver se ele amenizava. Tentei conversar o tempo todo, falei que meu irmão também era policial, mas eles continuaram me xingando e gritando", disse Carlos.

Ainda dentro do mercado, os policiais jogaram Carlos Alberto no chão e tentaram algemá-lo à força. Ele foi detido e colocado na viatura. Momentos antes do comerciante ser colocado no veículo, um dos PMs que o algemou atirou três vezes para cima.

"Ele estava tão transtornado que deu três tiros pra cima, na direção de uma escolinha que tem aqui no bairro. Agrediam verbalmente as pessoas que pediam calma, sempre chamando todo mundo de desgraça", relembra Carlos Alberto.

Ele foi levado para a delegacia da área. Segundo o comerciante, durante todo o percurso até a chegada da delegacia, os policiais inventavam coisas que ele não tinha feito. 

"Me levaram dizendo que eu era perigoso e que era matador. Eles registraram no BO [boletim de ocorrência] que eu agredi eles e que desacatei autoridade. Em momento nenhum houve isso. Não sei mais o que eles colocaram no BO sobre mim".

Depois disso, Carlos Alberto foi até a 4ª Delegacia de São Caetano acompanhado de familiares, onde registrou queixa contra os policiais.

Carlos Alberto informou que o caso vai ser registrado na Corregedoria da PM ainda na tarde desta terça, porque o genro dele, que é advogado, só conseguiu ter acesso aos boletins de ocorrência na segunda (18).

Um homem que mora na região onde fica a loja de Carlos Alberto, e não quis ser identificado, disse ter ficado indignado com a ação da Polícia Militar. "Esse comerciante é querido por todos, é uma ótima pessoa! Ajuda muita gente no bairro".

Os vídeos da agressão tiveram repercussão nas redes sociais. Nos comentários de uma das postagens, outros moradores do bairro também repercutiram a história.

"Fiquei chocado! Esse cara é uma das melhores pessoas que conheço! Um amor de pessoa e justamente com ele uma m... dessa que trata a todos com educação e respeito! Fiquei extremamente triste com esse fato! Certos policiais são a vergonha da polícia, deveriam ser excluídos da corporação!", escreveu um deles.

"Falta de respeito e falta de preparo desses policiais pra que tudo isso. Querer desmoralizar um pai de família no seu estabelecimento", comentou outro.

Em nota enviada pela PM, a corporação explica que apura o comportamento de policiais que fogem à técnica da instituição. Confira:

"O vídeo foi encaminhado para a Corregedoria da PM a fim de ser submetido à análise e apuração, se for o caso. A Polícia Militar apura com rigor todo comportamento policial militar que fuja à técnica, pois casos isolados não podem comprometer o bom desempenho de toda a tropa, muito menos macular toda Instituição."



Suspeitos de matar pastora e uma prima dela em 2016 têm prisão redecretada; mandante do crime está foragido


Os dois pastores e o vigilante suspeitos de matar a pastora evangélica e professora da Uneb, Marcilene Oliveira Sampaio, e a prima dela, Ana Cristina Sampaio, em janeiro de 2016, tiveram a prisão redecretada na manhã desta terça-feira (19), em Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia. Segundo informações da Polícia Civil um dos suspeitos não foi encontrado.

De acordo com informações da polícia, o suspeito de ser o mandante do crime, Edimar da Silva Brito não foi encontrado e é considerado foragido pela polícia. O pastor Fabio de Jesus Santos e o vigilante Adriano Silva dos Santos foram abordados em casa pela Polícia Militar da cidade e levados ao Presídio Nilton Gonçalves.

Todos os suspeitos já foram presos em outras oportunidades. Edimar Santos foi solto em junho de 2017. Posteriormente, Fabio e Adriano também conseguiram o direito de cumprir a pena em liberdade.

Crime

Os corpos de Marcilene e Ana Cristina foram encontrados às margens de uma estrada que liga Vitória da Conquista ao município de Barra do Choça, em 20 de janeiro de 2016. As duas mulheres foram mortas com golpes de pedra, segundo a polícia.

A suspeita da polícia é de que o crime teria sido motivado por vingança, após as vítimas, que eram colegas de um dos pastores suspeitos, terem saído da igreja dele depois de um desentendimento para fundar uma nova e levado a maioria dos fiéis.

Muro desaba sobre casa durante chuva forte em Ilhéus, na BA, e família é obrigada a deixar imóvel


Parte de um muro de contenção desabou sobre uma casa no município de Ilhéus, sul da Bahia, durante uma chuva forte que atingiu a região na madrugada desta terça-feira (19).

O imóvel fica localizado na rua do Cacau, na localidade do Alto da Tapera, segundo a prefeitura. Parte da cozinha ficou destruída. Não houve registro de feridos, mas os moradores tiveram que deixar o imóvel, ainda de acordo com a prefeitura da cidade.


A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social informou que os moradores da casa já tinham sido notificados anteriormente pelo fato de o imóvel ficar numa área de risco. O órgão destacou que a família foi amparada e inscrita no programa Minha Casa Minha Vida.

O temporal também fez parte da via principal do alto do Amparo ceder. A prefeitura destacou que a via foi totalmente interditada para a passagem de veículos até que um reparo seja feito. A Defesa Civil vistoriou as novas áreas atingidas.

De acordo com o serviço de meteorologia, choveu 39 mm durante a madrugada - o previsto para o mês interiro é 200 mm.

Emergência




No início do mês, a prefeitura de Ilhéus decretou situação de emergência por causa das regiões altas e morros da cidade atingidos por fortes chuvas.

A cidade, conforme a prefeitura, teve diversos pontos de deslizamentos e famílias de, ao menos, 10 casas tiveram de sair das residências.

A prefeitura informou que, com o decreto de emergência, espera obter recursos financeiros federais para recuperar os prejuízos causados pelas chuvas e atender as famílias direta e indiretamente atingidas.