domingo, 8 de abril de 2018

Casagrande passa mal e deixa transmissão da TV no intervalo

Walter Casagrande Júnior, ex-jogador e hoje comentarista da TV Globo , passou mal durante a final entre Palmeiras e Corinthians, nesse domingo, e precisou deixar a transmissão do Derby para ser atendido por médicos. O narrador Cléber Machado chegou a confirmar a situação ainda no ar.

"Você percebeu, agora quase 24 minutos, que o Casagrande depois do segundo tempo não voltou para a nossa transmissão. Teve uma indisposição aqui, ficou meio indisposto o Casa. O pessoal aqui do serviço médico do Palmeiras deu uma olhada, fez o atendimento, ele está legal, mas está sendo poupado do segundo tempo. Recuperação boa para o Casagrande, uma indisposiçãozinha do nosso Casagrande. É a ausência no segundo tempo", explicou o âncora.

As informações iniciais indicam que Casagrande sofreu um mal-estar e passa bem. Há suspeita até de um princípio de AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou até mesmo de um infarto, mas a real condição do comentarista só deve ser confirmada na segunda-feira, quando está previsto para Casagrande ter alta do hospital em que está internado, na capital paulista.

Casagrande tem 54 anos, ficou famoso pela parceria com Sócrates quando defendia o Corinthians, mas também atuou por Flamengo, São Paulo e outros clubes. O ex-atacante nunca escondeu sua luta diária como dependente químico. 

Adolescente é atingido no peito por tiro acidental enquanto manuseava arma de fabricação caseira no quintal do avô


Um adolescente de 15 anos foi atingido por um tiro acidental no peito enquanto manuseava uma arma no quintal do avô, no distrito de Maria Quitéria, que fica na região de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador.

De acordo com a Polícia Militar, o acidente aconteceu por volta das 18h30 de sábado (7), na Rua Rio de Janeiro. Testemunhas informaram à PM que a arma que o garoto manuseava era de fabricação caseira. Ele foi socorrido por familiares para o Hospital Estadual da Criança, em Feira de Santana.

A PM informou que policiais militares da 65ª CIPM foram acionados pelo Centro Integrado de Comunicação da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) para atender a ocorrência. Não há mais detalhes sobre as circunstâncias do disparo. Não há informações sobre o estado de saúde do adolescente.

Dois morrem após veículo invadir pista contrária e bater de frente com caminhão na Bahia

Duas pessoas morreram após o veículo em que estavam bater de frente com um caminhão na BR-020, cerca de 40 quilômetros depois de Roda Velha, no oeste da Bahia. O acidente aconteceu na manhã deste domingo (8), no Km-92.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal de Barreiras (PRF), a batida envolveu uma "Towner", tipo de Van, e um caminhão-baú. Segundo a PRF, duas pessoas estavam em cada um dos veículos. A hipótese inicial é de que o condutor da Towner tenha cochilado.

A PRF informou que o veículo invadiu a pista contrária e bateu de frente com o caminhão. O motorista do caminhão ainda tentou desviar da Towner, mas não conseguiu evitar o acidente. Os dois ocupantes da van morreram na hora. Já o condutor e passageiro do caminhão não sofreram lesões.


Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Barreiras. As identidades das vítimas não foram divulgadas.




Após morte de suspeito, ônibus são queimados na região do Vale das Pedrinhas, em Salvador


Dois ônibus foram incendiados na região do Vale das Pedrinhas e um no bairro de Amaralina, em Salvador, na noite deste sábado (7).

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a Polícia Civil investiga que os atos tenham relação com a morte do traficante de drogas Ítalo Alves de Jesus Pereira, conhecido como "Rato", em confronto com policiais, na sexta-feira (6).

De acordo com Daniel Mota, diretor do Sindicato dos Rodoviários, os ônibus deixaram de circular no Vale das Pedrinhas depois da queima de veículos. Os coletivos devem circular até o Parque da Cidade na Avenida ACM, e a Rua do Canal, no Rio Vermelho.


Segundo a SSP, equipes do Pelotão Especial Tático Ostensivo (Peto) da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Nordeste de Amaralina), das Rondas Especiais (Rondesp) Atlântico e do Batalhão de Choque reforçam o policiamento na região neste sábado.

Conforme a secretaria, Ítalo ameaçava moradores. Ele chegou a ser socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu. Com ele foi encontrada uma pistola calibre 380, munições e 50 porções de cocaína e maconha.

Suspeito de participação na chacina das Cajazeiras, em Fortaleza, é preso na Bahia


Foi preso mais um suspeito de participação na chacina das Cajazeiras, ocorrida em janeiro deste ano em Fortaleza. Fernando Alves de Santana, 26, conhecido como “Baiano” foi capturado em Seabra, no interior da Bahia, pela Polícia Civil do estado.

A chacina ocorreu na madrugada de 27 de janeiro deste ano, quando membros de uma facção invadiram o clube Forró do Gago, no Bairro Cajazeiras, e disparam vários tiros, matando 14 pessoas. As investigações apontaram a rivalidade entre facções criminosas como a motivação do crime.

De acordo com a Secretaria de Segurança do Ceará, havia um mandado de prisão em aberto contra Fernando, e ele foi detido em uma ação da Polícia Civil da Bahia com informações da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Ceará.

A secretaria afirma que mantém as investigações sobre o caso.

Mandante

Um dos mandantes da chacina foi preso em um apartamento no Bairro Cocó, em Fortaleza, em fevereiro. Ele foi identificado como Deijair de Sousa Silva, de 29 anos, conhecido como “De Deus”. Na casa dele a polícia encontrou várias armas, inclusive uma que foi utilizada na chacina.

No total, 10 presos, quatro pessoas identificadas e foragidas, e um homem que já estava preso por outros crimes são apontados como participantes da chacina que matou 14 pessoas no Forró do Gago.

Caminhão atinge muro e teto de casa no Parque São Cristóvão, em Salvador


Um caminhão que levava material de construção derrubou parte de um muro e atingiu o teto de uma casa, que fica abaixo do nível da Rua do Bom Natal, no Parque São Cristóvão, em Salvador, na manhã deste sábado (7). Ninguém ficou ferido.

A moradora Vanessa Santos conta que o muro derrubado foi da casa dela. "Eu estava acordando pra ir trabalhar, quando me deparo com essa tragédia na porta da minha casa, em meu muro", afirmou.


O acidente aconteceu por volta das 10h. O caso não chegou a ser registrado pela Transalvador nem pela polícia. De acordo com Vanessa, os moradores não chegaram a acionar os órgãos. Até a publicação, o veículo continuava no local.

Jovem é preso suspeito de comandar queima de ônibus no Nordeste de Amaralina; coletivos seguem sem circular

Um jovem de 19 anos foi preso, na madrugada deste domingo (8), suspeito de comandar o ataque que deixou três ônibus queimados, na região do Vale das Pedrinhas e no bairro do Nordeste de Amaralina, em Salvador. A informação foi divulgada pela Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).

De acordo com a SSP, Mailson dos Santos Azevedo, conhecido como "Papel", é integrante da mesma quadrilha que participava o suspeito cuja a morte motivou os ataques. O homem, identificado como Ítalo Alves de Jesus Pereira, o "Rato", morreu em confronto com policiais, na sexta-feira (6). O ataque aos ônibus ocorreu na noite do sábado (7). Ninguém ficou ferido no ataque.

Conforme a SSP, com o jovem preso neste domingo, foram achados uma pistola calibre 40, munições, 42 pinos de cocaína, 17 pedras de crack, R$ 520 em espécie e nove relógios roubados de alguns passageiros que estavam nos coletivos queimados. Após ser reconhecido por testemunhas, Mailson foi encaminhado para o sistema prisional, onde está à disposição da Justiça.


Ainda segundo a SSP, a suspeita é de que adolescentes e mulheres também estejam envolvidos no ataque aos ônibus. A polícia investiga a situação. Nesta manhã, os rastros do ataque aos ônibus permaneciam nos locais dos crimes. O policiamente na região do Nordeste de Amaralina segue reforçado neste domindo.


No entanto, os ônibus seguem sem circular no final de linha do bairro, na localidade do Vale das Pedrinhas e no bairro de Santa Cruz, segundo o Sindicato dos Rodoviários. O serviço está comprometido desde a queima dos ônibus.

No Nordeste, conforme o Sindicato, o ponto final está sendo feito na localidade conhecida como Largo das Baianas. Em Santa Cruz, os coletivos fazem parada no Parque da Cidade. Já os ônibus com destino ao Vale das Pedrinhas vão até a Rua do Canal, no bairro do Rio Vermelho.





Associação dos procuradores da República reage a fala de Lula contra membros do MP


A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) divulgou nota neste sábado (7), na qual critica declarações do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva sobre os integrantes do Ministério Público que fazem parte da força-tarefa da Operação Lava Jato.

A entidade afirmou que o petista nunca foi perseguido pelos procuradores e disse que ninguém pode "zombar e menosprezar" a Justiça (leia íntegra da nota ao final desta reportagem).

Em discurso neste sábado diante da sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo, Lula atacou procuradores da Lava Jato autores da denúncia que levou à condenação dele a 12 anos e 1 mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

"Acredito na Justiça, mas na a Justiça justa, baseada nas acusações, na prova concreta. Eu não posso admitir um procurador que fez um power point dizendo que o PT é uma organização criminosa, criada para roubar o país e que o Lula é o chefe. 'Eu não preciso de provas, eu tenho convicção', disse ele [em referência a suposta frase atribuída ao procurador da República, Deltan Dallagnol]. Eu quero que ele guarde a convicção dele para os comparsas e asseclas dele. Não pra mim", disse.

Na nota, a ANPR rechaçou as falas de Lula e saiu em defesa de Dallagnol.

"O procurador da República Deltan Dallagnol, citado por Lula, é o coordenador da força-tarefa em Curitiba, e foi alvo de ofensas com o objetivo de desacreditar o trabalho de um membro do MPF que cumpriu regularmente o dever e o direito de informar a população sobre os atos relativos à operação", diz trecho da nota.

A associação também afirma que é direito de Lula demonstrar "inconformismo" com a situação e divulgar sua versão dos fatos. Mas, declara a entidade, "nenhum cidadão está acima da lei e ninguém, por mais importante líder que seja, ou maior tenha sido o cargo que ocupou, pode zombar e menosprezar a Justiça. As instituições são pilares da democracia".

No documento, a ANPR diz também que o Ministério Público trabalha com "a lei na mão", respeitando os direitos dos investigados. Segundo a associação, os procuradores atuam "sem temer poderosos" e não se deixam "impressionar" por ataques.

A entidade chama de "fantasiosa" a versão de Lula de que há uma "conspiração" contra ele.

"É nestas circunstâncias, portanto, mais do que fantasioso – entra em verdade nas raias do delírio e da ofensa irresponsável e gratuita – imaginar que o Ministério Público Federal independente e a Justiça brasileira como um todo, encimada por um Supremo Tribunal Federal, estariam mancomunados em uma trama contra o ex-presidente", afirma outra parte da nota.

Ao final do documento, assinado pelo presidente da entidade, José Robalinho Cavalcanti, a ANPR sai em defesa de Dallagnol e dos demais integrantes da força-tarefa coordenada por ele.

"A ANPR repudia os ataques e se solidariza integralmente com o Procurador da República Deltan Dallagnol e com os componentes da Força-Tarefa Lava Jato. O ataque a um membro do MPF é um ataque a todos", finaliza o documento.

Íntegra da nota

Leia abaixo a íntegra da nota da Associação Nacional dos Procuradores da República.

Nota pública: ANPR rechaça declarações de Lula sobre o MPF e desagrava os procuradores da República que atuam na Operação Lava Jato

Associação repudia ataques do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Ministério Público Federal e à Justiça brasileira

Brasília (07/04//2018) – A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) vem a público repudiar as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, proferidas durante discurso, no fim da manhã deste sábado, e desagravar o procurador da República Deltan Martinazzo Dallagnol e a equipe da Lava Jato, agredidos de forma absolutamente injusta e descabida.

Em uma clara estratégia que busca inverter os papéis, Lula, no momento em que é chamado a responder e cumprir pena por crimes graves pelos quais foi condenado após ampla defesa e devido processo legal, ataca uma vez mais o Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal e seus agentes, tentando vender-se como um perseguido, o que nunca foi. O ex-presidente Lula teve e tem acesso a todos os meios de defesa e de contestação, que usou e está amplamente usando, e se, ainda assim, foi considerado culpado por duas instâncias da Justiça, é porque se impuseram a força das provas contra si – provas coletadas e apresentadas pela Força-Tarefa Lava Jato de Curitiba, coordenada pelo procurador da República Deltan Dallagnol. A Justiça, em todas as instâncias que se pronunciaram até o presente momento, deu integral razão aos Procuradores da República em Curitiba.

É direito do ex-presidente, como de qualquer pessoa, demonstrar inconformismo ou difundir a versão que lhe aprouver. Nenhum cidadão está acima da lei e ninguém, por mais importante líder que seja, ou maior tenha sido o cargo que ocupou, pode zombar e menosprezar a Justiça. As instituições são pilares da democracia.

O MPF atua sempre com a lei na mão e total respeito pelos direitos dos investigados, mas também o faz sem temer poderosos ou se deixar impressionar ou coagir por ataques, venham de onde vierem.

Para que se desmascare a versão fantasiosa de uma conspiração do mundo contra o ex-presidente, basta observar, por exemplo, que, dos seis ministros da mais alta Corte da Justiça brasileira que negaram o habeas corpus preventivo a ele na última quarta-feira, quatro foram indicados pela ex-presidente Dilma Rousseff; uma – a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, também de forma lamentável vítima de ataques covardes por forças políticas que apoiam o ex-presidente – pelo próprio então presidente Lula, e um pelo presidente Michel Temer, eleito em 2014 na chapa de Dilma e do PT, sendo que este último, o ministro Alexandre de Moraes, substitui na Corte o falecido e saudoso ministro Teori Zavascki, igualmente nomeado por Dilma, relator original da Operação Lava Jato, e autor do voto que conduziu o Supremo ao retorno à jurisprudência adotada em todo o mundo de cumprimento da pena uma vez formada a culpa e encerradas as instâncias ordinárias e de análise de provas.

É nestas circunstâncias, portanto, mais do que fantasioso – entra em verdade nas raias do delírio e da ofensa irresponsável e gratuita – imaginar que o Ministério Público Federal independente e a Justiça brasileira como um todo, encimada por um Supremo Tribunal Federal, estariam mancomunados em uma trama contra o ex-presidente. As versões podem ser várias. A verdade e as provas são uma só. E elas impuseram a condenação do ex-presidente.

De outra banda, a Operação Lava Jato é a maior investigação contra a corrupção da história do país, e hoje também a maior do mundo em extensão, valores e envolvidos, premiada e reconhecida nacional e internacionalmente com as maiores honrarias, precisamente por conta da excelência e eficiência no cumprimento da lei. São centenas de investigados, de réus e de já condenados, muitos deles ligados, sim, a partidos políticos, mas de muitos partidos. A atuação da Força-Tarefa fundamenta-se em provas robustas reunidas ao longo de anos de investigações que se tornaram referência no Brasil e no mundo.

O procurador da República Deltan Dallagnol, citado por Lula, é o coordenador da força-tarefa em Curitiba, e foi alvo de ofensas com o objetivo de desacreditar o trabalho de um membro do MPF que cumpriu regularmente o dever e o direito de informar a população sobre os atos relativos à operação. Dallagnol tem o respeito e o apoio da ANPR e dos procuradores da República, por conduzir-se de forma dedicada, eficiente, profissional e competente nas investigações. Mais que isso: tem também a admiração de todo o país. Deltan sempre se portou e se manifestou de forma cortês e correta, sendo, por mais este motivo, incabível e lamentável a forma rude com que foi atacado no dia de hoje.

Na mesma linha técnica e isenta têm agido todos os procuradores da República, policiais e juízes federais na operação. A Força-Tarefa é composta por conscientes e competentes agentes do estado. E também foram indeferidas todas as representações e processos judiciais apresentados pela defesa do ex-presidente contra Deltan.

Nada nem ninguém afastará os membros do MPF do cumprimento equilibrado, impessoal e destemido de seus deveres. A ANPR repudia os ataques e se solidariza integralmente com o Procurador da República Deltan Dallagnol e com os componentes da Força-Tarefa Lava Jato. O ataque a um membro do MPF é um ataque a todos.

José Robalinho Cavalcanti

Procurador Regional da República

Presidente da ANPR

Lula passa a primeira noite na prisão


Curitiba, Brasília e São Bernardo (SP) — Um misto de estratégia eleitoral, improviso na negociação e emoção política marcou o dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva se entregou à Polícia Federal. Entre o vai-não-vai do petista, os próprios militantes barraram, ao longo da tarde, ainda em São Bernardo (SP), a saída do carro que o levaria ao aeroporto. Se Lula tinha cumprido o plano de transformar a prisão em um ato heróico – primeiro se recusando a se entregar no prazo estabelecido pelo juiz Sérgio Moro e depois fazendo um discurso forte para os partidários –, a saída de São Paulo se transformou numa novela de roteiro ruim, que terminou às 18h42, quando Lula saiu do sindicato a pé e entrou em um carro da PF que o esperava.

A estratégia de Lula era segurar ao máximo a rendição e documentar, em vídeos e fotos, todos os passos antes da prisão, que só ocorreria depois do prazo estabelecido pelo juiz paranaense, descumprido às 17h da quinta-feira. Às 11h, frustrou-se a última cartada da defesa: um novo pedido de habeas corpus foi recusado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edscon Fachin. Às 12h15, Lula fez o discurso em seguida ao ato religioso em homenagem à mulher, dona Marisa, morta em fevereiro de 2017. A partir dali, o plano era se entregar.

Mas, por quase duas horas os militantes barraram a saída do carro, o que fez com que Lula voltasse ao prédio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A PF então concedeu o prazo de meia-hora para que ele se apresentasse às viaturas que estavam estacionadas em uma rua ao lado do prédio onde fica a sede do Sindicato dos Metalúrgicos. Com os manifestantes bloqueando o portão, Lula saiu à pé, no meio da multidão até chegar às viaturas. Com a rendição, o petista seguiu no comboio policial até a sede da corporação, onde passou por exame de corpo de delito. De lá, foi levado pelo helicóptero da Polícia Militar até o aeroporto de Congonhas, de onde partiu para Curitiba em um avião monomotor.

Em Curitiba, agentes da Polícia Federal foram convocados para aguardar a chegada do ex-presidente. A expectativa era que o pouso do avião dele ocorresse até as 22h. Viaturas da Polícia Militar fizeram a segurança do aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana da capital paranaense. Na sede da PF, manifestantes contra e a favor de Lula passaram o dia em vigília, com palavras de ordem, buzinas e fogos de artifício. Moradores do bairro Jardim Santa Cândida, onde fica a sede da corporação, exibiam bandeiras do Brasil nas sacadas das varandas e nas janelas. A maior parte dos manifestantes era gente a favor de Lula, cerca de 500 pessoas até às 19h de ontem.

A 500km dali, em São Bernardo do Campo, dirigentes petistas tentavam convencer os militantes a desobstruir a saída de Lula, quase seis horas depois do discurso do ex-presidente, que falou para uma multidão de militantes durante 50 minutos. Antes do discurso, a missa foi a penúltima ação de um enredo montado estrategicamente na cabeça de Lula antes de prisão.

Em Curitiba, Lula ocupará uma sala de 15 metros quadrados transformada em cela pela PF, com banheiro, cama e mesa. O cômodo fica no quarto e último andar do prédio da Polícia Federal, localizado no bairro de classe média Jardim Santa Cândida, região central da capital paranaense. No prédio, estão detidos ex-ministro petista Antônio Palocci e o o ex-diretor da Petrobras Renato Duque. Lula, entretanto, não terá contato com eles, que ocupam as celas da carceragem, no subsolo da Diretoria da PF.

Polícia cercada Ontem, aos poucos, como numa montagem de uma cidadezinha de brinquedo, a área envolta do prédio cinza e preto da Diretoria da Polícia Federal foi sendo ocupada. No início da manhã, por volta das 9h, apenas alguns curiosos passeavam tranquilos pelas ruas calmas do simpático bairro Jardim Santa Cândida. Apenas jornalistas, cerca de 50 naquele momento, circulavam na frente do portão de ferro do imóvel da Polícia Federal. Com o passar das horas, porém, o cenário foi ganhando vida.