sexta-feira, 27 de julho de 2018

CARLOS MIRANDA RELATA PAGAMENTO DE PROPINA ENVOLVENDO O GOVERNO DO RJ E A OI


Novos trechos da delação de Carlos Miranda - operador do esquema de corrupção no governo de Sérgio Cabral - revelam, pela primeira vez, detalhes de pagamento de proprina envolvendo o estado e a empresa de telefonia Oi.

Miranda afirmou que, em 2008, Cabral o informou que houve acerto entre o governo do estado e a Oi para renovação do contrato de telefonia e que o valor de propina ajustado foi de R$ 4 milhões.

O delator contou que o valor foi ajustado com Rogerio Nora, ex-presidente da Andrade Gutierrez - que erar uma das controladoras da Oi. Miranda também disse que os valores eram pagos por Alberto Quintaes, outro ex-executivo da empresa.

Carlos Miranda disse que Cabral mandou dar R$ 500 mil para Wilson Carlos, então secretário de governo por prêmio pela negociação, e que o dinheiro foi enviado ao exterior. O delator também disse que outros 500 mil para Regis Fichtner, então secretário da Casa Civil. A propina teria sido entregue no escritório de advocacia de Fitchner.

Miranda disse ainda que ouviu de Cabral que parte dos valores das vantagens indevidas destinadas ao ex-governador foi paga por meio de contrato de advocacia firmado com o escritório da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo. Miranda diz que não sabe dizer, porém, se isso de fato aconteceu.

Segundo as investigações, Carlos Miranda gerenciava o recolhimento de propina da organização criminosa que se instalou no governo do estado.

Miranda já tinha apontado corrupção em áreas do governo estadual como comunicação, ciência e tecnologia, obras, planejamento e na Loterj.

Questionada se executivos da Andrade Gutierrez omitiram informações sobre o suposto pagamento de propina entre a Oi e Cabral, a Procuradoria Geral da República informou que os acordos de colaboração premiadas seguem regras e se comprovada omissão ou mentira, há sanções previstas. Mas não há como confirmar nesse momento.

O que dizem os citados

A Oi disse que a atual administração da companhia desconhece o assunto e que a Andrade Gutierrez não tem mais participação na empresa.

Para o governo do Estado, as declarações são muito vagas e não podem ser esclarecidas.

A defesa de Adriana Ancelmo contesta qualquer recebimento de vantagem indevida.

O advogado de Regis Fichtner nega que ele tenha recebido qualquer quantia de origem ilícita. Nós não conseguimos contato com os outros citados na reportagem.

A Andrade Gutierrez declarou não ter conhecimento dos fatos relatados. Disse que não é acionista da Oi há três anos e que está está à disposição da Justiça.

HOMEM AMARRADO A POSTE DEPOIS DE EMPURRAR COMPANHEIRA EM ESCADA NA BAHIA TEM PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA


O homem que foi amarrado a um poste depois de empurrar a companheira em uma escada, na cidade de Jacobina, no norte da Bahia, teve a prisão preventiva decretada, segundo informou ao G1, nesta quinta-feira (26), o delegado Damião Gomes de Lacerda, que investiga o caso.

O caso ocorreu na noite do último domingo (22), no condomínio onde o casal morava. De acordo com o delegado, o homem teria empurrado a vítima na escada após a vítima revidar um tapa durante uma discussão do casal. Depois da agressão, o suspeito foi amarrado pelos vizinhos.

De acordo com o delegado Damião, a vítima e o homem, que não teve a identidade divulgada, teriam brigado após a mulher sair para beber na casa de uma amiga, durante a tarde. O suspeito também estava bebendo na rua.

"Ela [a vítima] estava bebendo na casa de uma amiga e ele [suspeito] havia saído. Quando ele retornou, foi atrás dela, mas ela se recusou a voltar para casa e eles brigaram. Nesse momento, ele a agrediu com um tapa e ela revidou com outro. Quando ela estava descendo [a escada], ele a empurrou", contou o delegado.

Após a agressão, a vítima, identificada como Maria Viana Santana Pereira, de 50 anos, foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, onde recebeu atendimento. Ela foi liberada na manhã da segunda-feira (23). A mulher teve escoriações, cortes e sangramentos.

Conforme o delegado Damião Lacerda, a vítima contou, em depoimento, que o suspeito já havia a agredido outras vezes. No entanto, os outros casos não foram denunciados quando ocorreram.

Após a agressão do domingo, o suspeito foi encaminhado para a carceragem do Complexo da Polícia Civil de Jacobina. De acordo com o delegado Damião, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva nesta semana e o suspeito segue à disposição da Justiça.

COM SALÁRIOS ATRASADOS HÁ DOIS MESES, VIGILANTES DO HOSPITAL REGIONAL COSTA DO CACAU, EM ILHÉUS, FAZEM PARALISAÇÃO


Os vigilantes do Hospital Regional Costa do Cacau, na cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, estão com as atividades paralisadas desde a semana passada, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (26) pelo sindicato da categoria.

De acordo com o sindicato, os salários dos trabalhadores estão atrasados há dois meses. A categoria alega também que não recebeu vale-transporte e nem vale-alimentação.

A paralisação começou no dia 16 de julho, conforme o sindicato. Desde então, apenas 30% dos 28 vigilantes que atuam na unidade de saúde está em operação. No entanto, o atendimento no hospital não foi afetado.

Os vigilantes são terceirizados. Segundo o sindicato, o pagamento dos profissionais é de responsabilidade da empresa Savana, que recebe repasse da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), por meio do hospital. No entanto, o pagamento ainda não foi realizado pela empresa.

Em nota, a Sesab informou que tem feito pagamentos consecutivos e regulares à empresa Gerir, que é responsável por administrar o hospital. Segundo o comunicado, o último pagamento foi realizado no dia 17 de julho, no valor de R$5.159.680,96.

Já o hospital, informou, em nota, que a paralisação não está relacionada ao não cumprimento de qualquer obrigação trabalhista por parte da unidade, e sim direcionado à empresa terceirizada com a qual eles mantêm vínculo empregatício, que é a Savana.

No comunicado, a unidade de saúde afirma ainda que tem envidado todos os esforços possíveis no sentido de encontrar uma solução que atenda à legalidade, para resolver o impasse e, dessa forma, atender à justa reivindicação dos vigilantes.

A reportagem entrou em contato com a Savana, que ficou de se posicionar, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.