quinta-feira, 2 de março de 2017

Marcelo Odebrecht depõe durante quatro horas à Justiça Eleitoral.



Durante quatro horas, o principal responsável por um dos maiores esquemas de pagamento de propina da história moderna depôs à Justiça Eleitoral.

O assunto são as irregularidades que teriam sido cometidas pela chapa Dilma Rousseff-Michel Temer na campanha presidencial de 2014. Marcelo Odebrecht, depoente e delator, é atualmente o homem mais temido pelos políticos no Brasil.

Marcelo Odebrecht falou durante quatro horas. O conteúdo do depoimento vai ser mantido em sigilo até que o STF decida tornar públicas as delações de 77 executivos e ex-executivos do Grupo Odebrecht. Isso porque, no depoimento, Marcelo falou sobre assuntos abordados na delação.

O empreiteiro depôs sobre o suposto financiamento irregular da campanha de 2014 da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer para a presidência em 2014. O Tribunal Superior Eleitoral quer saber se houve pagamento de propina por meio de doações de empreiteiras que tem contratos com a Petrobras.

O TSE também investiga se foi gasto mais dinheiro na campanha do que o declarado e tenta esclarecer o pagamento a três gráficas, que não teriam estrutura para realizar os serviços contratados.

O relator do caso no TSE, ministro Herman Benjamin, veio de Brasília para a audiência. No requerimento em que pediu autorização ao STF para o depoimento, o ministro considerou "essencial a oitiva dos colaboradores que sugeriram a participação da empreiteira no financiamento da chapa Dilma-Temer em 2014".

O advogado Luciano Feldens, que defende Marcelo Odebrecht, falou rapidamente no fim da audiência, mas não deu mais informações - segundo ele - por causa do sigilo do depoimento. Ele falou o que deveria falar e o que poderia falar.

Renato Franco, que defende Dilma Rousseff, saiu sem falar com a imprensa. Já Gustavo Guedes, que é o advogado do presidente Michel Temer, disse que Marcelo Odebrecht apenas repetiu o que já tinha falado na delação.

Os responsáveis pela campanha de Dilma e Temer em 2014 vêm negando qualquer irregularidade. Nos próximos dias, o TSE deve ouvir mais quatro ex-executivos da empresa, que também fecharam acordos de delação na Lava Jato.

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