sábado, 9 de setembro de 2017

Ex-procurador Marcello Miller presta depoimento no Rio

"Procuradores querem saber se ele orientou Joesley Batista e outros executivos da J&F a fechar acordos de delação premiada. Miller fez parte do grupo de trabalho da Lava Jato de maio de 2015 a julho de 2016."

O ex-procurador da República Marcello Miller prestou depoimento na Procuradoria Regional da República (2ª Região), no Centro do Rio, nesta sexta-feira (8), por dez horas. Os procuradores querem saber se ele orientou Joesley Batista e outros executivos da J&F a fechar acordos de delação premiada quando ainda trabalhava na Procuradoria Geral da República.
 

Miller chegou por volta das das 15h acompanhado dos advogados e não falou com os jornalistas. Deixou o local por volta de 1 hora deste sábado (9).

Seu advogado, André Perecmanis, disse que não entende o pedido de prisão contra seu cliente. "Porque esse pedido de prisão antes do depoimento? Pra que o depoimento, então? Dez horas de depoimento pra se ter um pedido (de prisão) pronto? As declarações dele (Miller) não interessam para o MP?", questionou a defesa.

Marcello Miller fez parte do grupo de trabalho da Lava Jato na Procuradoria em Brasília de maio de 2015 a julho de 2016. Em 4 de julho de 2016, ele voltou para a Procuradoria no Rio, mas continuou como colaborador do grupo de trabalho da Lava Jato.

Em 23 de fevereiro de 2017, ele pediu exoneração do cargo de procurador e foi desligado no último dia 5 de abril. No dia 11 de abril, Miller já participava de reuniões como advogado de um escritório que atuou nas negociações do acordo de leniência da JBS.

No fim de junho, depois que Rodrigo Janot apresentou denúncia contra o presidente Michel Temer, o presidente fez um pronunciamento e chegou a insinuar que supostos milhões recebidos por Miller como advogado talvez não fossem unicamente para ele. No dia 4 de julho, Miller saiu da banca de advogados.


O áudio foi gravado antes da saída de Miller da PGR. A gravação é de 17 de março. Mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou a operação Carne Fraca para investigar um suposto esquema de propinas envolvendo funcionários do Ministério da Agricultura e irregularidades cometidas por empresas do setor de carnes, incluindo a JBS.
 

O ex-procurador Marcello Miller declarou que não cometeu qualquer crime ou ato de improbidade administrativa e nem recebeu dinheiro ou vantagem pessoal da J&F ou de qualquer outra empresa.

Marcelo Miller também negou que tenha atuado como intermediário do grupo com qualquer integrante do Ministério Público nem com o procurador-geral, Rodrigo Janot.




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