José Edmilson Santos Soares, de 46 anos, sargento da Polícia Militar (PM) de Montes Claros, na região Norte de Minas, e o filho dele Lucas Samuel Soares de Aguiar, de 18, tentavam salvar a adolescente Ester Soares Cardoso, de 15, que é filha do militar, quando morreram afogados na manhã dessa segunda-feira (9), na praia de Barramares, em Ilhéus, na Bahia. A informação foi divulgada pela prefeitura da cidade na noite desta terça-feira (10). Segundo o Corpo de Bombeiros, um terceiro filho do policial, de 15, também teria entrado na água para resgatar a irmã, mas sobreviveu.
A corporação explicou que a menina caiu em um valão quando nadava e, por causa da força das ondas, não conseguiu retornar para a areia. De acordo com os bombeiros, o pai e os dois filhos correram para ajudá-la, no entanto, também foram tragados pelo mar. Outros banhistas que estavam no local socorreram Ester e a tiraram da água. A adolescente, no entanto, engoliu bastante água e foi conduzida por uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Regional de Ilheús, onde continua internada. O estado de saúde dela não foi informado pela administração municipal. O rapaz de 15 também escapou com a ajuda de pessoas que presenciaram a tragédia, mas não precisou de ajuda médica.
José e Lucas foram levados pelas ondas para uma parte mais rasa do mar, onde os bombeiros constataram a morte deles por afogamento. O Instituto Médico Legal (IML) da cidade já liberou os corpos para a família. Eles devem ser sepultados em Montes Claros.
Salva-vidas não estavam na praia
A prefeitura de Ilhéus afirmou, em nota, que a praia onde os mineiros de Montes Claros morreram é pouco frequentada pelos banhistas e, por esse motivo, equipes de salva-vidas só trabalham na região de quinta-feira a domingo, entre 10h e 16h. Além disso, a administração municipal alega que Barramares não tem uma guarnição para os salva-vidas. Dessa forma, os socorristas fiscalizam o local periodicamente em patrulhas com motos.
Conforme a prefeitura, a escala de trabalho dos salva-vidas de Barramaes é divulgada semanalmente nas mídias locais. A nota não esclarece, contudo, se o local tem as sinalizações adequadas para alertar os banhistas sobre os perigos da praia e a ausência de socorristas de segunda a quarta.
O sargento Ricardo Oliveira, do 5º Batalhão do Corpo de Bombeiros em Ilhéus, destacou que a praia de Barramares tem diversos valões e fortes correntes que oferecem perigos para os banhistas que não conhecem a região. Além disso, como ressaltou o militar, o mar não estava propício para os turistas na manhã da última segunda.
“A informação que temos é a de que a família chegou na cidade para curtir as férias na noite desse domingo e, infelizmente, teve essa tragédia. O mar na nossa região está agitado e nossas praias têm uma grande diversidade de marés, buracos, valões e correntes de retorno. Para quem não conhece o lugar, como foi o caso, fica bastante perigoso”, salienta.
O coordenador da Defesa Civil de Ilhéus, Joandre Neres, disse que nos últimos dias as ondas atingiram o pico mais alto, chegando ao nível de dois metros de altura. “Esses fatores são atribuídos às ações antrópicas em decorrência das queimadas e desmatamentos. A condição está gerando uma ação de degelo das calotas polares, aumentando o nível do mar e atingindo os municípios litorâneos. Outro fator é a maré de sizígia, que são marés regidas pelas fases da lua, gerando marés com picos elevados”, explica.
O TEMPO
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