quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Militar mineiro que morreu afogado em Ilhéus tentava salvar filha

José Edmilson Santos Soares, de 46 anos, sargento da Polícia Militar (PM) de Montes Claros, na região Norte de Minas, e o filho dele Lucas Samuel Soares de Aguiar, de 18, tentavam salvar a adolescente Ester Soares Cardoso, de 15, que é filha do militar, quando morreram afogados na manhã dessa segunda-feira (9), na praia de Barramares, em Ilhéus, na Bahia. A informação foi divulgada pela prefeitura da cidade na noite desta terça-feira (10). Segundo o Corpo de Bombeiros, um terceiro filho do policial, de 15, também teria entrado na água para resgatar a irmã, mas sobreviveu.

A corporação explicou que a menina caiu em um valão quando nadava e, por causa da força das ondas, não conseguiu retornar para a areia. De acordo com os bombeiros, o pai e os dois filhos correram para ajudá-la, no entanto, também foram tragados pelo mar. Outros banhistas que estavam no local socorreram Ester e a tiraram da água. A adolescente, no entanto, engoliu bastante água e foi conduzida por uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Regional de Ilheús, onde continua internada. O estado de saúde dela não foi informado pela administração municipal. O rapaz de 15 também escapou com a ajuda de pessoas que presenciaram a tragédia, mas não precisou de ajuda médica.

José e Lucas foram levados pelas ondas para uma parte mais rasa do mar, onde os bombeiros constataram a morte deles por afogamento. O Instituto Médico Legal (IML) da cidade já liberou os corpos para a família. Eles devem ser sepultados em Montes Claros.

Salva-vidas não estavam na praia

A prefeitura de Ilhéus afirmou, em nota, que a praia onde os mineiros de Montes Claros morreram é pouco frequentada pelos banhistas e, por esse motivo, equipes de salva-vidas só trabalham na região de quinta-feira a domingo, entre 10h e 16h. Além disso, a administração municipal alega que Barramares não tem uma guarnição para os salva-vidas. Dessa forma, os socorristas fiscalizam o local periodicamente em patrulhas com motos.

Conforme a prefeitura, a escala de trabalho dos salva-vidas de Barramaes é divulgada semanalmente nas mídias locais. A nota não esclarece, contudo, se o local tem as sinalizações adequadas para alertar os banhistas sobre os perigos da praia e a ausência de socorristas de segunda a quarta.

O sargento Ricardo Oliveira, do 5º Batalhão do Corpo de Bombeiros em Ilhéus, destacou que a praia de Barramares tem diversos valões e fortes correntes que oferecem perigos para os banhistas que não conhecem a região. Além disso, como ressaltou o militar, o mar não estava propício para os turistas na manhã da última segunda.

“A informação que temos é a de que a família chegou na cidade para curtir as férias na noite desse domingo e, infelizmente, teve essa tragédia. O mar na nossa região está agitado e nossas praias têm uma grande diversidade de marés, buracos, valões e correntes de retorno. Para quem não conhece o lugar, como foi o caso, fica bastante perigoso”, salienta.

O coordenador da Defesa Civil de Ilhéus, Joandre Neres, disse que nos últimos dias as ondas atingiram o pico mais alto, chegando ao nível de dois metros de altura. “Esses fatores são atribuídos às ações antrópicas em decorrência das queimadas e desmatamentos. A condição está gerando uma ação de degelo das calotas polares, aumentando o nível do mar e atingindo os municípios litorâneos. Outro fator é a maré de sizígia, que são marés regidas pelas fases da lua, gerando marés com picos elevados”, explica.

O TEMPO

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