quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Bahia tem 49 casos de feminicídio de janeiro a novembro; quase a metade deles ocorreu em Salvador



A Bahia registrou 49 casos de feminicídio de janeiro até 30 de novembro deste ano, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) divulgados nesta quarta-feira (27). Do total de casos, 22 aconteceram na capital baiana, o que significa quase a metade dos crimes.

Além dos dados referentes ao crime, a SSP-BA informou ainda que 1.733 medidas protetivas estão em vigor no estado.

O comandante geral da Polícia Militar Anselmo Brandão ressalta que, para proteger as mulheres que estão sendo vítimas de qualquer violência, é necessário que elas denunciem os casos à polícia.

“Esses últimos episódios que aconteceram, essas pessoas não estavam sob medida protetiva. Então a Ronda Maria da Penha não pode prevenir ações como essas. E qualquer pessoa que venha a ser ameaçada por algum companheiro pode procurar o 190 e a delegacia, seja no interior ou na capital.

Para a desembargadora e responsável pela Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Nágila Brito, os números da Secretaria de Segurança Pública estão muito abaixo do da quantidade real de casos. Ela reforça a importância da denúncia, pois na maior parte dos casos, os homens premeditam os crimes, enquanto as mulheres não acreditam que a situação possa resultar em uma agressão ou outro tipo de crime.

“As mulheres têm que ter cuidado. Não pensar: ‘Ele não vai fazer porque ele me ama’, ou sentir pena. Pena depois é deixar os filhos órfãos”, disse Nágila Brito.

Feminicídios


A servidora do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA), Maridalva da Silva Gonçalves, foi morta a facadas pelo ex-marido, na manhã de terça-feira (26), na escadaria que dá acesso à sede do órgão, na região do Iguatemi, em Salvador. Este foi o terceiro caso de feminicídio registrado na Bahia em menos de uma semana.

O primeiro deles ocorreu no dia 21 de dezembro, na cidade de Valença, no baixo sul do estado. Uma mulher foi morta a tiros pelo ex-marido, na frente do filho do casal, de 8 anos, no centro do município. Depois do crime, o homem cometeu suicídio.

O segundo caso ocorreu no dia 23 de dezembro, na cidade de Barreiras, no oeste da Bahia. Um perito da Polícia Técnica do estado matou a esposa, que era bombeiro militar, e, em seguida, também cometeu suicídio, dentro da casa onde moravam. Ele ainda avisou que cometeria o crime, por meio de uma mensagem no aplicativo Whatsapp, e pediu para que a polícia fosse ao local.

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