quinta-feira, 9 de agosto de 2018

PM Juliane teve últimos momentos livres com bebida, beijos e dança


Antes de ser capturada e depois morta por criminosos na favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, a policial militar Juliane dos Santos Duarte, 27, teve um intenso dia de férias.

O registro policial do crime contra a soldado, ao qual a Folha teve acesso, relata, com base em testemunhas, os últimos momentos da PM antes de seu desaparecimento na madrugada de quinta-feira (2) em Paraisópolis, comunidade com pouco mais de 60 mil habitantes, dominada pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Juliane, que estava em suas primeiras férias na corporação, foi para um churrasco por volta das 12h de quarta (1) na casa de amigos na favela.

No churrasco, Juliane conheceu Marta, 20, e Paula, 23 (nomes fictícios). Elas beberam juntas na casa dos amigos e, após o churrasco, por volta já da meia-noite de quinta-feira, foram juntas para a casa de Marta, também na comunidade.

No meio da madrugada, por volta das 3h, a cerveja acabou, e Juliane e Paula saíram em caminhada pela favela em busca de mais bebida. Marta ficou em casa.

Na primeira tentativa, as duas deram de cara com as portas fechadas do mercadinho. Juliane e Paula decidiram então pegar as cervejas na única opção da rua, o bar do Litrão, que, além da bebida, oferece porções salgadas. “Venha conferir!!!”, convida a frase em vermelho na porta do estabelecimento.

Como descrito no boletim de ocorrência, o objetivo inicial da policial era apenas comprar um engradado e voltar com Paula para a casa de Marta. Mas ali no bar, segundo testemunhas, conheceu uma moça de 25 anos, cabelos vermelhos e pele branca, com quem passou a trocar beijos.

O relacionamento com a ruiva foi interrompido temporariamente porque Marta estranhou a demora das amigas e foi até o bar atrás de Juliane e Paula. A policial se despediu da ruiva, mas logo depois convenceu Paula e Marta a retornarem ao bar para comer alguma coisa.

De volta ao estabelecimento, após pedir uma cerveja, Juliane seguiu com a jovem ruiva para o banheiro do bar e lá ficaram por bastante tempo, conforme diriam as amigas mais tarde à polícia, sem especificar a duração.

Quando retornou ao salão do bar, Juliane cometeu um erro de procedimento, segundo avaliam policiais ouvidos pela Folha. Para eles, embora seja uma tragédia indiscutível, ela se expôs em um ambiente vulnerável. 

A soldado ouviu um desconhecido reclamar do furto de um celular ali no estabelecimento e decidiu agir: sacou sua pistola .40, bateu-a sobre a mesa e avisou ser da PM. Disse que ninguém sairia daquele estabelecimento sem a devolução do telefone.

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