Político já cumpria prisão temporária desde 21 de março, em Ilhéus. Investigação apura fraude em procedimentos licitatórios do município.
A Justiça decretou, na quinta-feira (30), a prisão preventiva de três das cinco pessoas presas na operação Citrus realizada no dia 21 deste mês em Ilhéus, no sul da Bahia. Entre elas, a do vereador e ex-secretário de Desenvolvimento Social Jamil Ocké. O pedido da prisão foi feita pelo pedido do Ministério Público que investiga fraudes em licitações de compra de materiais de escritório e alimentos para a prefeitura de Ilhéus entre 2009 e 2016. Jamil Chagouri Ocké, foi o vereador mais votado de Ilhéus.
Outro ex-secretário da mesma pasta, Kácio Clay Silva Brandão, também teve prisão preventiva decretada, assim como o empresário, Enoch Andrade. Eles permanecem no Presídio Ariston Cardoso, no município.
O prazo da prisão temporária dos investigados venceu na quinta-feira. Um homem que era considerado "laranja" das empresas foi liberado do presídio. Assim como ele, a mulher de Enoch Andrade, também será solta ainda nesta sexta.
O MP informou que não solicitou a prisão preventiva deles porque não foram encontradas provas contundentes para mantê-los presos, mas alertou que eles seguem como réus no processo. No dia 24 de março, o quinto homem preso, também foi solto, pois o MP entendeu que, das provas recolhidas e analisadas até o momento, e que o vinculavam ao crime, não eram suficientes para a acusação.
O advogado de Jamil Ocké, Robson Cavalcanti, disse que o vereador nega as acusações. Um pedido de habeas corpus foi feito à Justiça na fase da prisão temporária, mas foi negado.
O presidente da Câmara de Vereadores de Ilhéus, Lucas Paiva, informou que na terça-feira (4), o suplente de Jamil vai assumir o cargo. "Vamos enviar a convocação de Luís Carlos para ser publicada no Diário Oficial e ele toma posse na terça-feira. Com relação a Jamil, ele precisa nos enviar o pedido de afastamento do cargo, pois se ficar preso por cerca de três meses, pode ser cassado por faltar às sessões. Além disso, a Comissão de Ética da Câmara de Vereadores [de Ihéus] também vai analisar a situação de Jamil diante da Casa", explicou.
Conforme Robson Cavalcanti, advogado de Jamil, ainda não foi definido o encaminhamento do pedido de afastamento. "Vamos fazer uma reunião, entre esta sexta-feira e segunda, com a assessoria do partido para ver qual medida será adotada, se será feito o pedido de afastamento. Também vamos analisar se haverá outro pedido de habeas corpus", contou.
Operação Citrus
O objetivo da operação foi desarticular um grupo criminoso que praticava fraudes e superfaturamentos em procedimentos licitatórios realizados pela prefeitura do município. Por meio de nota, a prefeitura de Ilhéus informou que a operação não tem relação com a atual administração. De acordo com a gestão do município, os mandados de busca e apreensão são referentes ao período de gestões anteriores, entre 2009 e 2016.
A Câmara dos Vereadores também emitiu uma nota e informou que colobarou com a operação prestando todas as informações necessárias.
De acordo com o MP-BA, a investigação começou em 2015, mas o grupo já atuava desde 2009. A suspeita é de que as empresas envolvidas tenham lucrado mais de R$ 20 milhões com as fraudes em licitações.
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