sábado, 23 de dezembro de 2017

Culpa de Marin, no julgamento dos Estados Unidos, desmoraliza futebol brasileiro


A desmoralização chegou.

O ex-presidente da CBF e ex-governador biônico de São Paulo foi condenado pela Justiça dos Estados Unidos. Os jurados o consideraram culpado de seis das sete acusações. Três crimes de fraude financeira (Copa América, Copa Libertadores, Copa do Brasil), dois de lavagem de dinheiro (Copa América e Libertadores) e um por conspirar/formar uma organização criminosa. Só escapou da acusação de lavagem de dinheiro na Copa do Brasil.

Teoricamente, a pena de Marin ficaria entre 20 e 120 anos, teoricamente. Ela ainda não foi definida pela juíza Pamela Chen, do Tribunal Federal do Brooklyn, em Nova York. A sentença deverá ser tornada pública só em 2018. A definição se Marin iria esperar na cadeia ou em prisão domiciliar deverá sair nas próximas horas.

Marin tem 85 anos. Essa é a esperança para que não seja preso imediatamente. Há outro atenuante. Não falar inglês, já que a sentença será cumprida nos Estados Unidos.

A estratégia de Marin, de mostrar que o grande responsável pelas falcatruas e recebimento de propina era o atual presidente da CBF, Marco Polo del Nero, não deu certo. O resultado foi desastroso. Em todos os sentidos para o ex-presidente da CBF.


Além da desmoralização, da perda da liberdade, da confirmação que é um criminoso internacional, o dirigente gastou muito dinheiro para aguardar o julgamento em prisão domiciliar. Vendeu uma mansão. E comprometeu parte de suas economias. Sua esposa, Neusa, desabafou a amigos a falta de apoio financeiro. Principalmente de Marco Polo del Nero.

Del Nero, mesmo se quisesse, não poderia dar um centavo. Porque ele também é investigado pelo FBI e Departamento de Justiça dos Estados Unidos. E qualquer auxílio que enviasse a Marin poderia comprometê-lo ainda mais. Ele acabou sendo suspendo pela Fifa da presidência da CBF. E corre o risco de ser banido do futebol.

O futebol brasileiro jamais teve um dirigente tão importante condenado pela justiça. O afastamento de Del Nero e sua substituição pelo Coronel Nunes, expõe a fragilidade da cúpula da CBF. como a entidade é considerada 'privada', ainda não pode ser submetida a uma intervenção do governo brasileiro.

Mas ela pode acontecer.

Principalmente para mudar o sistema de votação dos presidentes da CBF. Atualmente ele é viciado. E quem define o eleito são os presidentes das Federações de Futebol do país.

A defesa de Marin promete recorrer da condenação.

A chance de uma reviravolta é mais do que remota.

A tese do advogado de Marin, Charles Stillman, será a mesma.

Provar que Del Nero era o verdadeiro chefe no esquema de propina.

"Marin sempre foi visto como um interino. Todos esperavam que Marco Polo Del Nero fosse o presidente após a saída de Ricardo Teixeira, mas ele ainda não pôde assumir em 2012. Então, embora Marin tivesse o papel de presidente, ele não estava no Comitê Executivo da Fifa. Essa posição era ocupada por Del Nero."

Seja como for, o dia é histórico.

Desmoralizante não só para Marin.

Mas para o futebol brasileiro.

E tudo leva a crer que a situação de Del Nero vai piorar.

Finalmente o Ministério Público vai investigar o dirigente.

E Romário já se candidata ao cargo de presidente da CBF.

"Até antes da Copa da Rússia, Del Nero estará preso."

Esta foi a previsão do senador Romário...

(E a situação ficou ainda mais desmoralizante. Marin foi levado para uma prisão federal. Está atrás das grades. Não detido em casa, como sonhava o ex-presidente da CBF e ex-governador biônico de São Paulo...)


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