segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

De contrato renovado, Edson contraria vontade do Fluminense para ficar no Bahia


Em um começo de temporada de muitas caras novas no Bahia, um remanescente de 2017 que fez de tudo para ficar. Titular absoluto na temporada anterior, o volante Edson vai permanecer no Fazendão por mais um ano ou, como ele mesmo diz, quem sabe até mais. Para renovar o empréstimo com a equipe baiana e dar continuidade ao trabalho que iniciou em 2016, o jogador de 26 anos afirma que teve que se posicionar de forma contrária à ideia do Fluminense, clube com o qual ainda tem vínculo.

- Na verdade, eles queriam que eu retornasse, mas o mais importante é o que eu quero para mim. O meu desejo sempre foi permanecer no Bahia. Não tem nada que vá contra a palavra do jogador, que fala onde quer jogar ou não, desde que haja interesse de ambos. Então, foi isso que aconteceu no Bahia. Tive uma passagem muito boa no Fluminense, tenho um carinho enorme pelo clube, que tem funcionários com coração enorme. É um clube que abriu as portas para mim, clareou tudo na minha vida e eu tenho que agradecer por tudo que fizeram por mim. Mas é vida que segue e temos que procurar o melhor para nós – disse Edson em entrevista ao GloboEsporte.com.

A negociação pela renovação de Edson com o Bahia começou ainda no final do Campeonato Brasileiro do ano passado. O volante afirma que, desde o início, deixou claro para a diretoria tricolor que o seu objetivo era permanecer no clube.

- Quando soube que o Bahia tinha interesse na minha continuidade eu não pensei duas vezes. A gente sempre recebe algumas situações, mas a escolha é minha. Eu escolho para onde quero ir, eu que tenho a assinatura do meu contrato e sempre deixei bem claro para Diego [Cerri, diretor de futebol do Bahia] que minha vontade era ficar no Bahia. Sempre dei a prioridade para eles. É um clube que está trabalhando correto, um clube que tem um prestígio muito grande dos jogadores brasileiros e até de fora do país, né? Então comigo não é diferente. A gente que conhece a história do clube de dez anos atrás, que não tinha um prestígio tão bom no futebol e hoje isso mudou muito rápido. É claro que foi com o trabalho do pessoal da direção que entrou e das pessoas que querem o crescimento do clube. Então isso me motivou a poder renovar meu contrato com o clube por mais um ano e quem sabe aí por mais tempo, né?

    - É um ano de empréstimo, mas quem sabe? O futuro a Deus pertence. Trabalhar com humildade, porque aí a gente chega onde a gente quer, e a gente está firme e forte para ajudar o Bahia a conquistar coisas grandes no ano.

Mesmo antes de confirmar a renovação, Edson treinava com o elenco tricolor. E, ao que tudo indica, com o mesmo prestígio da temporada passada. Desde os primeiros treinos o volante foi escolhido pelo técnico Guto Ferreira para começar na equipe principal, superando a concorrência dos recém-contratados Nilton e Elton, além de Juninho e Feijão, que já estavam no clube.

- Isso [a concorrência no time titular] é sempre bom porque todos os clubes têm que ter concorrência e o jogador não se acomodar pensando que é o dono da posição. Ano passado tinha Matheus Sales com Renê, e Nilton e Elton estão vindo para substituir a saída dos dois. E tem o Juninho e Feijão. Só quem tem a ganhar com isso é o Bahia. A concorrência sempre vai existir, é sadia, claro que um respeitando o outro. Todo mundo quer jogar e tem que ficar chateado quando não está jogando mesmo. Mas ficar chateado com si mesmo e não com o companheiro, que quer ajudar o clube. Se a gente tiver esse pensando de um querendo ajudar o outro, as coisas têm mais chance de dar certo.

No 4-2-3-1 de Guto Ferreira, a dupla de volantes escolhida para iniciar os trabalhos táticos é formada por Edson e Nilton. Elton e Juninho também chegaram a ser testados durante os coletivos, mas largam atrás da dupla. Seja qual for o parceiro escolhido, Edson espera repetir o sucesso que teve ao lado de Renê Júnior na temporada passada. O volante, porém, não esconde que o entrosamento pode demorar.

- Quanto ao entrosamento, acho que demorar um pouco. Possa acontecer que, de repente, seja rápido. Mas ano passado não foi rápido para encontrar o time ideal. É isso que acontece durante a formação da equipe. A gente espera que tudo possa acontecer da melhor maneira.

"A gente tem que pensar grande"


Edson espera uma temporada de mais conquistas pelo Bahia. Campeão da Copa do Nordeste em 2017, o volante pretende repetir o feito e agregar uma competição a nível nacional. Em 2018, o Tricolor vai disputar, além do Nordestão, o Campeonato Baiano, a Copa do Brasil, a Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro.

- E aqui a gente foi campeão da Copa do Nordeste, perdemos o Baiano por dois empates jogando praticamente o campeonato todo alternando [entre time titular e reservas]. E daí fizemos a melhor campanha do clube na Série A nos pontos corridos e colocamos o clube na Sul-Americana. Claro que pensar assim é pouco, a gente quer ganhar mais títulos. Ganhamos a Copa do Nordeste ano passado, queremos ganhar esse ano, estadual, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil... Quem sabe, tudo é possível. O futebol, hoje, está muito igual, e a gente tem que pensar grande porque o Bahia é um clube muito conhecido, de torcida gigante, sempre tem sintonia de jogadores com torcedor. A gente tem totais condições de vencer um desses campeonatos. Claro, não é nada impossível. A diretoria está montando time muito competitivo que vai dar alegria para o torcedor.

E quanto as metas individuais, o volante espera superar o número de jogos realizados no ano passado. Edson entrou em campo em 37 partidas, a sua segunda melhor marca na carreira.

- A gente sempre pretende jogar o máximo de partidas possíveis. Você sempre tem uma coisa a melhorar no ano seguinte. Se eu fiz 37 jogos, então quero melhorar minha marca mais e fazer 50. Isso é bom porque você está vendo que as coisas tão dando certo, e o trabalho sendo desenvolvido.

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