domingo, 13 de maio de 2018

Acusado de agressão a mulher, juiz da Corte de Direitos Humanos pede afastamento


A ex-mulher do advogado Roberto Caldas, juiz afastado da Corte Interamericana de Direitos Humanos, relatou à Polícia Civil Distrito Federal ter sofrido diversos episódios de violência doméstica, além de ameaças. Em um dos casos, Caldas teria a arrastado pelo chão da residência onde moravam e ameaçado pegar uma faca para matá-la. Ela também disse estar sendo monitorada por câmeras instaladas dentro de casa às quais o advogado tem acesso.

Após a divulgação do caso, o advogado pediu afastamento da Corte. Além do depoimento de Michella Marys Santana às autoridades, áudios com ameaças também vieram a público.

O defensor de Caldas, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou, por meio de nota, reconhecer que são ‘graves as inúmeras ofensas verbais’, mas afirma que o fato de Michella ter gravado ‘demonstra uma relação doentia por parte dela’. “O Dr Roberto Caldas nega peremptoriamente qualquer agressão física”, afirmou.

Em depoimento à Polícia Civil, ela afirmou que ‘estava em sua casa na companhia de sua cozinheira quando o Caldas entrou nervoso, “possuído, e começou a xingá-la de “sua vagabunda, sua bandida e ordinária”.

“Em seguida, puxou o cabelo dela e saiu empurrando a ofendida pela casa, tentando tira-la da residência. Quea escada, houve mais um empurrão, derrubando a ofendida na escada”, consta no termo de depoimento.

“Nesse momento, o agressor falou para a ofendida : ‘Eu vou na cozinha pegar uma faca e vou te matar'”, segue o termo de depoimento, prestado à Polícia do Distrito Federal.

Ela ainda disse que Caldas ‘mantém um sistema de monitoramento por câmera dentro da casa, sendo que ele costuma acessar a distância essas câmeras’. O depoimento foi prestado no dia 14 de abril, e os fatos narrados são de outubro do ano passado.

Leia a íntegra da nota divulgada na última quinta (10) pela assessoria do juiz:

Venho a público revelar uma situação íntima derivada do encerramento, em dezembro passado, do vínculo com a minha ex-companheira. O assunto foi levado ao âmbito forense e obteve o resguardo do segredo de justiça, sem que tenha havido decisão ou medida alguma que me desfavoreça.

Venho espontaneamente fazer esse pronunciamento, na medida em que passei a sofrer ameaças de publicização de desavenças conjugais, com o objetivo de me constranger a aceitar um acordo financeiro absolutamente escorchante. Lamento que em breve possa haver a exposição pública de tais circunstâncias, sob uma ótica deformada e parcial.

Tenho agido com o máximo empenho e orientação profissional adequada para preservar os nossos filhos em comum e a filha da minha ex-companheira dos efeitos dessa chantagem. Mas a provável iminência de uma divulgação indevida desse conflito familiar me obriga a dirigir esse alerta aos que conheço e respeito.

Roberto de Figueiredo Caldas

Leia a íntegra da nota divulgada neste sábado (12) pela defesa do juiz:

A defesa do Roberto Caldas vem a público afirmar que reconhece serem graves as inúmeras ofensas verbais feitas pelo casal ao longo de uma tumultuada relação, reveladas em gravações que vieram a público.

A sua ex exposa o gravou por 6 anos, o que demonstra uma relação doentia por parte dela, repleta de inconfessáveis motivos, mas, de qualquer maneira, as ofensas verbais são injustificáveis. O dr. Roberto Caldas nega peremptoriamente qualquer agressão física. As fotos mostradas são impactantes mas dissociadas da realidade, nada provam contra o dr. Roberto Caldas.

Ao longo de 6 anos, a ex-mulher o gravou! Se houvesse qualquer agressão física, parece evidente, teria sido constatada em 6 anos de gravação clandestina. A defesa se reserva o direito de não usar, pela imprensa, por ser um processo em segredo de justiça, e, principalmente, por envolver os filhos menores do casal, bem como a filha da sua ex mulher, a quem trata como se filha fosse, os elementos gravíssimos que demonstram a conduta criminosa da sua ex mulher.

Há crimes contra a vida anteriormente perpetrado, revelados em processo judicial, e outros graves crimes em época recente. Nada será objeto de exposição midiática ainda que o objetivo principal da sua ex-mulher seja exatamente este. Ressalta a defesa que, independentemente de qualquer acusação, reconhece que os limites da ética foram ultrapassados e as agressões verbais são injustificadas. Mas o Dr Roberto Caldas não reconhece nenhuma agressão física.

Aguarda a defesa, mesmo com o avassalador destaque negativo, que possa provar a verdade ao longo do processo.

KAKAY

Com Estadão

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