sábado, 28 de julho de 2018

EX-SANDINISTA ACUSA ORTEGA, LULA E PT NA MORENA FM


Pelas mortes de civis na Nicarágua. Ex-sandinista, René Delgado lutou para derrubar o ditador Anastasio Somoza e fez parte do primeiro governo do atual presidente Daniel Ortega. Ele deu entrevista exclusiva ao programa Mesa Pra Dois, na rádio Morena FM, de Itabuna.

Na conversa com o jornalista Marcel Leal, René contou que cuidava da contabilidade do governo até que começou a ver desvios de dinheiro para a construção de mansões para os comandantes sandinistas. “Isso foi num momento em que o povo estava passando fome nas ruas”.

René conta que deixou o cargo e foi isolado numa posição burocrática longe de tudo, depois veio para ao Brasil, onde um irmão já morava em Itabuna, sul da Bahia. Delgado foi cursar faculdade no Rio Grande do Sul, voltou a Itabuna e vem monitorando o PT.

Método igual

“Desde que Lula chegou à Presidência vejo ele usar os mesmos métodos, a mesma cartilha do Foro de São Paulo usada por Ortega para, primeiro, tomar o partido, depois o governo, a Justiça e o Parlamento. A diferença é que Lula não conseguiu tudo”.

Na conversa, Marcel lembrou a tentativa de Lula de criar um Conselho de Jornalismo que teria poder de suspender qualquer jornalista de seu emprego por questões subjetivas, e que seria aparelhado por sindicalistas petistas. Não conseguiu.

Também houve a tentativa de criar os “comitês de controle social” a quem cada ministro seria obrigado a se submeter, na prática abdicando das decisões do ministério, que teriam que ser aprovadas pela comissão, recheada de militantes petistas.

Culpa de Lula e PT

Para René Delgado, as mortes que vem acontecendo nos conflitos da Nicarágua, especialmente a morte da estudante brasileira Raynéia Gabrielle Lima, tem culpado. “Eu responsabilizo Lula e o PT, porque foram eles que deram sustentação a Ortega, com muito dinheiro”.

René diz que Lula mandou construir, por exemplo, uma usina hidroelétrica na Nicarágua sem custo algum para o governo de lá. “E hoje o PT é o único partido a apoiar o massacre de civis pelo governo de Ortega. Além disso, a morte da estudante foi por tiros de fuzil”.

“Hoje, na Nicarágua, só quem tem fuzis são o Exército e os paramilitares que atuam sob as ordens de Ortega”. O governo atribui a morte a um “segurança paticular”, apesar de ela ter recebido mais de 15 tiros. O número de mortos nos conflitos entre o ditador e a população já chega perto de 500. 

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