terça-feira, 3 de outubro de 2017

Repórteres entram no hotel em Las Vegas de onde assassino atirou

 A polícia americana declarou, nesta terça-feira (3), que o maior ataque a tiros da história dos Estados Unidos foi uma ação totalmente premeditada.

Os correspondentes do Jornal Nacional em Las Vegas, Lucas Louis e Fábio Turci, tiveram acesso ao hotel de onde o atirador matou dezenas de pessoas.

Das janelas do quarto do hotel até o lugar onde acontecia o show, a distância é de menos de 400 metros. O atirador tinha uma vista ampla da plateia.

 O Jornal Nacional esteve no 28º andar do hotel. O atirador estava quatro andares acima, no 32º. De lá dá para ver uma das duas janelas que ele destruiu usando um martelo. A outra, que não dá para ver de lá, fica na lateral.

Um vídeo, gravado em 2016 por um hóspede que estava naquele mesmo quarto, mostra como é a suíte usada pelo atirador. É uma das mais luxuosas do hotel, com cerca de 170 metros quadrados. Tem uma vista panorâmica impressionante. O vídeo termina mostrando exatamente o espaço onde, no último fim de semana, foi o festival de música country.

O atirador chegou ao hotel na quinta-feira (28) com, pelo menos, dez malas. Dentro delas, ele levava 23 armas, incluindo vários fuzis.


Entre quinta (28) e domingo (1º), Steven Paddock visitou pelo menos um cassino, onde usou uma espécie de cartão fidelidade que estava no nome da namorada dele, Marilou Danley.

Foi por isso que, logo após o ataque, a polícia achou que ela também estava em Las Vegas. Marilou está nas Filipinas. A imprensa americana afirmou que, na semana passada, o atirador transferiu US$ 100 mil para uma conta em nome dela, nas Filipinas.

A polícia não confirmou a transferência, mas disse que a investigação sobre Marilou continua. "Esperamos ter mais informações em breve", afirmou o xerife.

Na casa do atirador na cidade de Reno, em Nevada, a polícia encontrou mais cinco pistolas e duas espingardas. Na segunda-feira (2), 19 armas já tinham sido encontradas em outra propriedade dele, em Mesquite.

Quando o massacre começou, os policiais sabiam que precisavam parar o atirador o quanto antes. Quando perceberam que ele estava no hotel, faltava saber em qual andar, em qual quarto. Policiais de Las Vegas e seguranças do hotel se reuniram no 29º andar e começaram a fazer uma varredura dali para cima, subindo de andar em andar e esvaziando quartos. Quando chegaram ao 32º, o atirador disparou e machucou um segurança que tinha se separado dos policiais. Aí, eles chamaram a SWAT, um grupo de elite da polícia.

A SWAT usou explosivos para arrombar a porta do quarto. Lá dentro, encontrou o atirador já morto. Ele teria usado uma pistola para cometer suicídio.

Nesta terça-feira (3), o chefe de polícia de Las Vegas contou que o atirador instalou câmeras dentro do quarto e no corredor. O objetivo era monitorar a chegada de policiais. "Foi obviamente um ataque premeditado. Foi planejado cuidadosamente", disse o xerife.

Bruce é policial no Texas, estava no show e disse que, quando o tiroteio começou, ele logo percebeu que os tiros vinham do alto. Bruce contou para o Jornal Nacional que, quando os tiros paravam, ele corria e que, quando recomeçavam, se jogava no chão. "Quando os tiros acertavam o chão, eu sentia os pedaços de asfalto batendo na minha perna. Eu corri e me deitei umas 12 vezes até conseguir escapar", contou.

A investigação de uma cena de crime complexa como essa, com tantas vítimas, tantos tiros disparados, é algo que leva dias. Agentes do FBI, a Polícia Federal americana, vasculham cuidadosamente o asfalto da Las Vegas Boulevard, a avenida mais famosa da cidade, em busca de evidências que possam ajudar na investigação. Por essa avenida, muitas das pessoas que estavam no show tentaram fugir.

Outros agentes do FBI usam um instrumento para fazer medições. Essas medições vão ajudar a reconstituir a cena do crime, calcular as distâncias entre o hotel, a avenida e o local onde o show era realizado.

Mas a população não quer que lá seja só cena de crime, com buracos de bala e manchas de sangue. O lugar onde tanta gente querida foi vista pela última vez merece mais. Um casal perdeu nove amigos no ataque.

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