O suspeito de matar a facadas a adolescente Rhanna Kevila da Silva
Almeida, de 15 anos, na cidade de Barra da Estiva, no sudoeste da Bahia,
foi solto na segunda-feira (8). Carlito Camilo de Souza estava preso em
Brumado, também no sudoeste do estado, e ganhou liberdade provisória,
segundo informações do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Ele foi preso no dia 11 de junho como principal suspeito da morte da
estudante. Segundo a polícia, Carlito apareceu em um vídeo feito por
câmera de segurança, jogando fora o celular de Rhanna, próximo ao jardim
da Igreja Matriz de Barra da Estiva.
Conforme decisão da Justiça, expedida na segunda-feira, a soltura de
Carlito ocorreu porque ainda não há prova conclusiva da autoria ou
participação dele no crime, e por isso, o próprio Ministério Público fez
o pedido pela liberdade provisória dele. De acordo com a Polícia Civil,
o resultado do DNA do sêmen encontrado no local do crime não possui o
mesmo material genético de Carlito.
"Há dois perfis masculinos no exame [de DNA], um em uma camisinha e
outro na adolescente. Continuamos a investigar o caso e acompanhar a
possibilidade de outros suspeitos", explicou o delegado responsável pelo
caso, Joildo Souza dos Humildes. O delegado enfatizou que ainda não
pode dar detalhes do caso.
Conforme o advogado de defesa, Samuel Milhazes, Carlito nega a autoria do crime e também que seja ele nas imagens da câmera.
"No dia do crime ele estava em casa, lavando os objetos de trabalho,
porém ele é uma pessoa bem simples, até na forma de falar, e entrou em
pequenas contradições. A única coisa, até então, que o incriminava,
seria essa imagem, mas eu já pedi melhoramento delas [imagens] para a
gente poder comprovar a inocência dele", explicou.
A Polícia Civil disse que Carlito ainda é um suspeito, até porque o
inquérito do caso não foi concluído. Carlito, conforme contou o
delegado, é vendedor ambulante e utilizava facas para cortar carne. As
facas usadas por ele foram encaminhadas para perícia.
"Ainda não temos resultado se algo foi encontrado nas facas. Ele
[Carlito] é vendedor de churrasquinho grego e usava facas semelhantes ao
que usaram para matar a vítima. Não posso afirmar que são as mesmas,
porque só um laudo poderá confirmar", disse o delegado.
Sobre as imagens em que a polícia aponta Carlito aparecendo e
descartando o aparelho da vítima, Joildo dos Humildes disse que o
suspeito foi contraditório e não soube explicar como conseguiu o celular
da jovem.
O advogado de Carlito informou que, após ser solto, o suspeito não
retornou para a casa onde mora, com medo de represálias. "Ele está com
medo de alguém fazer algo com ele até que a inocência dele seja provada e
nós vamos trabalhar para provar que ele é inocente", destacou Milhazes.
Barra da Estiva, cidade do sudoeste da Bahia onde ocorreu o crime — Foto: Lay Amorim/Achei Sudoeste
Rhanna Kevila da Silva Almeida, de 15 anos, foi esfaqueada e teve o
corpo queimado enquanto se arrumava para participar do ensaio da
quadrilha junina que fazia parte, em Barra da Estiva.
O crime aconteceu na tarde do dia 1º de junho. O quarto onde o corpo da
garota foi achado foi incendiado. Para a polícia, as chamas foram
provocadas para encobrir as pistas. Vizinhos perceberam a fumaça e
tentaram apagar as chamas. A casa foi arrombada, e as pessoas
encontraram a garota caída no chão.
A vítima chegou a ser socorrida para um hospital, mas não resistiu aos
ferimentos. Rhanna estudava o primeiro ano do ensino médio em uma escola
estadual de Barra da Estiva. [G1]
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